domingo, 11 de abril de 2010

Capitulo 2 – Uma tentativa fracassada

Postado por Luka*** Music às 11:30
Depois que eu ouvi a conversa do Andrei com Madlene, eu fiquei pensando, do que eles estavam falando? Protegida? Quem é ela? O que aconteceu com a irmã do Andrei? Guerra? Quem Madlene ia chamar aquela hora? E o que ela e Andrei ouviram que eu não ouvi?
Fiquei pensando nisso durante horas. Ana até queria me levar pro médico, porque disse que eu estava muito estranha. Mas não era eu que estava estranha, era a situação toda que estava. Então resolvi que iria investigar tudo! Madlene, Andrei, o passado, tudo! Mas ai é que tá. Por onde começar?
Dormi pensando nisso. No outro dia, fiquei observando tudo o que ele fazia, o que não era muito, ele só fingia que prestava atenção na aula, só falava quando a professora perguntava, e todo dia na hora do recreio ele sumia. Era muito cansativo! Eu até comecei a achar que estava ficando louca. Que eu tinha inventado toda aquela conversa. Que eu tinha só ficado fascinada com o sonho, e misturei com a realidade. Então decidi parar com isso e seguir com a minha vida; como se ninguém tivesse aparecido. Como se vida não tivesse mudado em nada!
Mas digamos que eu não estava tendo muito sucesso com isso, porque as pessoas também não estavam me ajudando! Parece que a escola tinha decido fazer deles o assunto da semana, bem quando eu decidi esquece-los. “Como o Andrei é lindo!”, “Como Madlene se veste bem!”, “Como eles são perfeitos!” e blá, blá, blá...
E para piorar a professora de química pediu um trabalho em dupla. Eu fui logo escolhendo a Ana, mas para minha surpresa, a professora que iria escolher as duplas. E eu fiquei justamente com quem? Com o Andrei! No começo eu odiei a escolha da professora, mas depois pensei direito, e percebi que seria a oportunidade perfeita pra conseguir todas as respostas, que no começo da semana tinham me deixado mais confusa do que nunca. Logo depois da aula terminar, Andrei veio falar comigo:
- Olá – disse ele
- Oi – respondi
- Bem, que tal nos encontrarmos amanhã, depois dá aula para fazermos o trabalho de química?
- Tudo bem! Onde nos encontramos?
- Na biblioteca. Aqui perto.
- Ok! Até amanhã! – disse sem entusiasmo.
Admito fiquei preocupada em me encontrar com Andrei. Afinal nós só trocamos algumas palavras, e ninguém sabia muita coisa sobre ele. Percebi que era besta a minha preocupação; era só um trabalho de química! Não era nada mais que isso. Não é?
No outro dia, cheguei na escola e encontrei Ana com uma cara esquisita, era meio que uma mistura de pasma com .... sei lá, raiva. Eu mal cheguei e ela já foi me perguntando:
- Como, onde e porque?
- Hã? Bom dia pra você também Ana! Agora fica calma e me explica, que tanto de pergunta é esse?
- Eu não tenho que explicar nada! Você é que tem que me contar!
- Contar o que?
- Ai meu Deus! –nessa hora, a cara de irritada dela piorou ainda mais – Explicando melhor pra anta na minha frente entender...
- Ei! –além de não gostar do chingamento, quem já tava ficando irritada era eu!
- Haha! Como assim você vai sair com o lindo do Andrei? Onde vai ser isso? E porque você não me falou nada?!
- Ata! Primeiro, eu não vou sair com o Andrei, a gente só vai fazer o trabalho de química, na biblioteca aqui perto. Segundo, eu também não tenho que te dar explicações. E terceiro, o Andrei não é TÃO lindo assim.
- Ata! Das duas, uma: Ou você é cega, ou você também acha ele lindo, mas não quer admitir!
- Ai meu Deus! Ana me socorre! Eu não to enxergando mais nada! Hahaha. Eu acho é que você devia parar de supor as coisas, e começar a correr, porque já bateu o sinal e a gente ainda tá aqui.
Ela olhou em volta, não tinha mais ninguém no pátio. Ela saiu correndo e gritando:
- Corre Lídia!
É claro que eu corri logo atrás dela. Humf, até parece que a culpada dela ter se atrasado fui eu.
Quando chegamos na nossa sala, todo mundo já estava lá dentro, inclusive a professora. Mas como era a professora de espanhol, a mais legal que tinha, ela só olhou pra gente, e disse pra sentar-nos.
Como é que toda vez que eu penso que vai acontecer uma coisa, acontece outra bem diferente? Na hora do recreio, eu esperava que fosse ser normal, mas como eu sempre erro...
Bem, estavamos eu e a Ana sentadas na escada, comendo o nosso lanche, quando derrepente, Andrei simplesmente chega, sem ser convidado, e já vai sentando, como se fosse a coisa mais normal do mundo!
Então como se lesse os meus pensamentos, ele finalmente perguntou:
- Posso me sentar com vocês?
- Claro –Ana já foi respondendo, toda alegrinha.
- Lídia?
- Hã? O que? –eu não estava prestando atenção neles.
- Tudo bem pra você, se eu me sentar aqui?
Ana olhou pra mim como se suplicasse pra eu ser uma pessoa legal e deixar o garoto ali.
- Pode ser. –eu disse com indiferença
- Err...você pesquisou o trabalho?
- Perai! Você sentou aqui, só pra falar do trabalho?
- Não. Me desculpe, eu só não sabia como começar um assunto.
- Ok. Me desculpe por gritar.
- Tudo bem. Mas você vai hoje na biblioteca não é?
- Vou.
- Então eu te espero lá.
- Espera! –ele já estava levantando pra ir embora, quando eu gritei.
- Sim?
- Err... você já vai embora? Pra sua casa?
- Eu não tenho mais nada para fazer aqui. –ele disse, com uma cara muito séria, e foi saindo, em direção ao portão.
- O que foi isso? –perguntou Ana.
- Eu não sei. –disse, pasma com o que eu tinha acabado de ouvir.
- Sabe o que eu acho? Que você assustou o coitado.
- Assustei? Quando isso?
- Eu não vou nem perder o meu tempo te explicando.
Não sei direito o que estava acontecendo comigo. Eu não queria que ele se sentasse com a gente, mas quando eu percebi que ele iria embora, eu fiquei desesperada. Eu não sei o que eu senti. Talvez medo.
Ele agiu tão estranho que eu comecei a pensar que as minhas perguntas não seriam respondidas.
As horas passaram mais rápido do que nunca, e quando me dei conta, já tava na hora de ir pra biblioteca.
Sai da escola e fui caminhando sem pensar em nada. Quando cheguei lá, Andrei já estava me esperando.
- Olá. Então, vamos entrar?
- Err... claro. Você já tava me esperando a muito tempo?
- Não. Acabei de chegar.
- Ah. –foi a única coisa que eu consegui dizer.
- Você trouxe a pesquisa?
- Trouxe. Tá aqui na minha bolsa.
- Então, porque você saiu daquele jeito na hora do recreio? –perguntei
- Eu tinha que resolver algumas coisas.
- É você é sempre muito ocupado.
- O que você quer dizer com isso?
- Sei lá! Você sempre some na hora do intervalo, com certeza deve ter muita coisa pra fazer não é?!
- Você andou me espionando? –perguntou ele irritado.
- Claro que não! Eu tenho mais coisa pra fazer sabia.
Ele me olhou desconfiado. Com certeza ele não caiu na minha mentira. Então eu resolvi improvisar.
- Mas se eu tivesse te espionando? O que teria de tão ruim na sua vida que eu não poderia saber?
- Você não entenderia.
- Entender o que?
Ele ficou olhando pro nada, enquanto eu esperava a minha resposta.
- Então, eu não achei muita coisa sobre nitração e olha que eu...
- Perai? Do que você está falando?
- Do trabalho de química. Não foi pra isso que a gente veio aqui?
- Mas... humf, ok. vamos ao trabalho –eu decidi não insistir no assunto.
Fizemos o trabalho, e eu admito que ficou muito bom. Porque na verdade, quem fez o trabalho todo foi o Andrei. Acabou que eu só fiquei olhando, e ele não disse nada.
Quando acabamos já estava quase de noite. Andrei se ofereceu pra me levar até em casa. Mas eu disse que não precisava. Acho que se eu ficasse mais tempo com ele, eu iria enlouquecer e começar a perguntar sobre a vida dele de novo. E depois do que aconteceu, eu comecei a achar que era melhor eu ficar sem saber.
A rua estava totalmente vazia, e estava muito frio. Eu estava praticamente correndo, até que eu percebi que estava perdida. Olhei pra todos os lados pra ver se reconhecia o lugar. Derrepente eu vi uma figura feminina no escuro da noite. Ela estava parada no meio da rua, acho que olhando pra mim. Na verdade não dava pra saber, porque estava muito escuro. Eu “chamei” ela, e tentei chegar até onde ela estava, pra ver se ela me ajudava a saber onde eu estava.
Mas quando eu cheguei, ela não estava mais lá. Então eu ouvi uma voz familiar atras de mim dizendo:
- Não se preocupe em achar sua casa, porque você não vai mais precisar dela.
Derrepente eu senti uma forte dor nas costas, e cai no chão. Depois continuei a sentir dores, por todo o meu corpo. Eu a todo momento tentava lembrar de quem era aquela voz, mas eu não conseguia pensar, muito menos me defender.
Eu não conseguia mas sentir nada, de tanta dor. Derrepente uma forte luz atingiu meus olhos, que já estavam quase fechados. Depois comecei a ouvir gritos femininos, mas que não eram meus. Os gritos pararam um pouco depois. A luz ficou mais forte e alguém disse no meu ouvido:
- Não tenha medo. Eu vou cuidar de você.
Reconheci a voz de Andrei, e não vi mais nada. Acordei no outro dia, em um quarto de hospital.

1 comentários:

Caroline Mazzer on 3/14/2011 10:31 PM disse...

Adorei ambos os Capítulos ! (:
Bom , acabei de criar um blog novo , se puder segue de volta?
agradeço desde já ! Beijos

 

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